quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

TESOUROS ARQUEOLÓGICOS DA MARIM DOS CAETÉS

Recebi com muita alegria o artigo abaixo, enviado pela jornalista Ceça Ataídes, que trabalha na assessoria de imprensa da Compesa. Fala sobre achados arqueológicos encontrados por uma equipe daquela empresa durante um trabalho para melhoria do sistema de abastecimento do Sítio Histórico. Segue o texto.

 E LÁ VEM A HISTÓRIA.... 
 
Ceça Ataídes
 
Seria apenas mais uma pauta a ser apurada para a Compesa. Quando saímos no carro da reportagem, eu e Rafaella Magna, minha companheira de profissão, naquela ensolarada manhã de sexta-feira, rumo ao Sítio Histórico de Olinda, não imaginávamos que iríamos nos surpreender com a riqueza histórica que encontramos lá no local.
 
Eu olhava pela janela do carro o caminho até o reservatório da Sé. Caminho de igrejas e de histórias. De Duarte Coelho !!!! - “Oh !!! linda para cidade”, competindo e
, ao mesmo tempo,  sempre apaixonada por Recife !!!!  
 
Refletia que eu já estava me acostumando com a difícil linguagem técnica da Compesa e com a complexidade de informações da engenharia sanitária. A nova descoberta – os resquícios históricos – se torna um melindre verificar que junto aos entulhos e em valas escavadas para a passagem de tubos, alguém possa encontrar segmentos de vida – retratos de nossos antepassados - desta cidade. 
 
Eu e Rafaella descemos do carro, junto com o cinegrafista, com a máquina fotográfica e câmeras de tv em punho e o povo a fazer mais uma festa! Rafaella todo empacotada, de terno e microfone na mão. E eu agradeci a Deus por ter ido com uma blusa bem leve para encarar o sol de 40 graus. 
 
E viva o jornalismo... enche de alegria e libera as informações até do jardineiro do canteiro de obras.
 
- Moça, quando a obra fica pronta? Falta água para nós.
 
O engenheiro informa : 
 
- Tem um vazamento de água, na subida da ladeira, que está me preocupando. 
 
Sorrio e ligo para a responsável pela rede de distribuição de água daquela área.
 
- Ana, necessito de ajuda, pontua ai! Tem água sobrando e tem água faltando ! (me esforço para não rir). 
 
O arqueólogo começa a abrir os caixotes de madeira e vão saindo lá de dentro: faianças quebradas do século XVI e XVII, moedas antigas, pedaços de cachimbos, azulejos.... Vejo ele (o arqueólogo) como um mágico tirando da caixinha mágica mil coisas para encantar a platéia, no caso três exaltados expectadores. Então, vamos anotando as peças, pegando os depoimentos, tirando fotos e gravando com os transeuntes. Rafaella, já tira o blaser preto, não aguenta o calor de agora 50 graus. Os cabelos já grudando nas costas.  
 
Quando finalmente decidimos que seria o último flash e após “Rafa” fazer a tomada de fala do arqueólogo, conseguimos tomar uma água geladinha num barzinho repleto de objetos de arte. Alias, destaco aqui: A Sé cheira a arte. Nada que combine mais: Olinda e a arte. Creio e concordo deve haver um planejamento melhor para divulgar aquele lugar, onde tudo é mágico. Dá para vender a imagem daquela perfeição. Tem de tudo. A cultura se mistura com a gastronomia, ou a gastronomia é cultura????  São questões, essas e outras, motivos para reflexão e para construção de políticas voltadas para o turismo no Alto da Sé.  
 
Então, neste momento, até as obras de implantação de melhorias de sistema de produção e distribuição de água também é cultura. As ciências exatas se complementando com as humanas. Gente isto é jornalismo. TV, rádio e jornal, no caso, Compesa. Uma notícia intercala a outra.
 
Enquanto observava “Rafa” tomar mais um gole de água geladinha, ao mesmo tempo em que olhávamos o horizonte que separa Recife e Olinda, eu disse para ela : Jornalismo é quase tudo para mim. Decidi um dia ser jornalista para ser sempre uma descobridora do mundo. Descortinar e divulgar as maravilhas de nossa vida. Olhar e ver. Saciar essa fome de conhecimento, jamais poderia estar trancafiada num escritório. Tenho que contar muitas histórias. 
 
E este o meu ofício: contadora de histórias. 
 
“Rafa” olhava para mim concordando, e observamos ainda mais a história das obras e do patrimônio histórico se misturando - com olhos de viajantes. Eu não conto as inúmeras vezes que tive ali, mas queria mergulhar naquela pesquisa histórica. Aquarela brasileira.  
 
Quando nos despedíamos dos novos amigos pesquisadores/arqueólogos/mágicos de Oz, foi com vontade de “quero mais”. De adentrar na mistura de cimento e pó de amianto e escavocar as vias. Para nossos chefes cumprimos nossa missão catalogar, fotografar e registrar. Para nós foi o caminho para mais um aprendizado... 
 
Nossos amigos ficam no local até maio. Tomando aquela água geladinha e degustando aquela cultura toda.

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